segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Quando penso em escrever

Definitivamente não é fácil escrever. Você se pega avaliando e avaliando os escritos, apagando e escrevendo novamente aqueles trechos que parecem cada vez mais desconexos... Um sufoco, um peso, uma catástrofe após a outra. Alguns amigos me pedem para não exigir muito, deixar mais leve o processo da escrita. Mas amigos, reparem, não consigo levar assim nem o feitio de um café! Escrever me pede muito e não quero compartilhar com outros leitores um texto descompromissado, aleatório e sem o amor que cultivo pelas letras! Não posso! Seria um crime.
Tenho encontrado muitos trabalhos escritos com sangue, na fúria da juventude mas com nenhum compromisso. É o preço que pagamos pela liberdade em excesso: queremos falar, mas não sabemos o que queremos falar ou nem sabemos como falar aquilo que queremos. É estranho, não? 
Inicialmente propus este blog apenas para resenhas de leituras que faço, mas não adianta, acaba sendo um processo de catarse dos dramas ligados à literatura em minha vida. Tenho pensado muito a respeito das leituras que estão sendo feitas por aí: cada vez mais publicações surgem, deliciosas e fáceis de digerir, com enredos clássicos diluídos em partes por mil. Veja bem, não sou uma defensora da leitura "difícil", tampouco uma dessas pessoas que chama a literatura jovem da atualidade de 'literatura de entretenimento'. O que penso é que estamos nesta vida para evoluir em muitos aspectos, e na leitura não é diferente. Confesso que já li e ainda leio o que muitos críticos e afins chamam de 'lixo'. Não comecei o meu interesse pela leitura já de cara com Machado de Assis, francamente eu não o teria entendido aos 12 anos, dada a complexidade das ironias e facetas críticas imbricadas no texto do bruxo. Percebe? Eu só quero pegar pela mão aquele leitor curioso: vem aqui, vem ler comigo uma coisa diferente, fora da tua roda, estranha e que vai te fazer reler alguns trechos com medo de atravessar aquele pântano sem perceber as belezas que ali brotam a todo instante! Só.
Até lá vou ficar tentando escrever alguma coisa também. É que a Literatura enche a gente de dúvidas, e quando achamos de querer escrever é em busca de responder alguma coisa. É uma tentativa. Ten ta ti va.
Até conseguir escrever alguma coisa vou voltar a resenhar e convidar os desinteressados e perdidos a lerem comigo.
A propósito, me indique um livro!

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